18.12.10

novo espaço À Colecionadora



um novo espaço para À Colecionadora
depois de 5 anos percorremos muitos lugares, caminhos
chegou a hora de ter um novo espaço ateliê loja galeria de moda
em Ipanema na General Osório

À COLECIONADORA se constrói a partir do espaço de um cubo branco. Silencioso, o barulho do silêncio, como numa galeria - corredor - templo - local de passagem. os cabides têm volume, pois os vestidos já têm corpo mesmo antes de vestidos. o cheiro é de amarradinhos de sândalo do mercado do ver-o-peso no Pará. mas ainda se pode sentir o cheiro do próprio tecido antes de virar roupa.

As cores são preto, branco e um colorido forte, que varia a cada estação, e que lembra o colorido étnico dos bordados mexicanos, dos panos guatemaltecas, um colorido milenar que vem da sensação de cor primeira da infância, um colorido caixa de lápis de cor, de pilot, uma coleção de cores.

As roupas podem pendurar-se do teto, mas sobretudo cobrem as paredes, como antes se cobriam de quadros; há uma arara ou duas ou mais onde uma sensação de repetição e ordem se apropria. para quem quiser, pode se ter acesso à bagunça do acervo. poucos móveis: móveis. à colecionadora é uma marca feminina, e com alma feminina, enigma, mas é também objetiva, quadrado branco sobre o cubo branco, sobrevivente.

urbana, fala do Rio de Janeiro que mistura cidade, mata, praia. descontração e elegância, do menos é mais e do mais que quando é mais é mais mesmo, carnaval.

A sensação do lugar, ausência de decoração, poderia ser de frieza, mas cada centímetro prensado e vivido, ocupado com memórias e novos projetos, vestido pelas roupas, torna-se aconchegante, pelo fato de que é preenchido com idéias e verdade. No canto da mesa um ou mais livros, como se ao lado estivesse escrito “now playing”.

Um vaso com flor ou planta, e um caderno para deixar bilhetes, desenhos.


texto Luiza Marcier
fotos Livia Campos